MEU PESO

terça-feira, 8 de junho de 2010

Semi-existência...

É imenso o deserto que se forma em minha alma.
E seco torna-se o meu coração pela falta de esperança.
Montanhas rochosas formei ao meu redor para proteger-me do meu próprio abismo.
No fim do túnel só vejo mais trevas.
Vejo minha lápide sem epitáfio algum, pois minha vida é como uma árvore seca.
Sem sentido.
Nada faz sentido.
Nada tem sentido.
Assim como eu não tenho sentido nada.
Morto estou.
Sem Cor.
Pálido.
Preto.
Branco.
Fraco.
Seco.
Frio.
Fosco
Pávido.
Inerte
Escasso.
Insano.
Impróprio.
Impuro.
Vivo, mas sem vida!

2 comentários:

Valéria disse...

Oi Primo; hoje li seu blog. Todos os posts. Chorei, sorri, sofri e chorei novamente. Nele há tanta intensidade; mas um mix de desabafo, tristeza, amargura....dor. Uma dor grande; uma dor que não cala...uma dor indescritível. Uma dor sua; só sua.

Um vazio que geralmente encontramos quando vagamos nas noites escuras e reflexivas que há somente dentro de cada um de nós. Este tipo de escuridão que nos faz fugir de nós mesmos e procurarmos sermos o que não somos. Talvez seja por medo. Medo do que vemos e do que temos que lidar.

Lidar com si próprio é mexer no baú da verdade; é procurar respostas no passado; é abrir feridas que nunca cicatrizaram; é procurar a cura de todas as nossas enfermidades no tempo......ah! o tempo....

....tempo que não chega....tempo que demora; tempo que dói. Tempo que destrói e ao mesmo tempo se encarrega de reconstruir...mas quando?! Quanto tempo ainda falta?! Quanta dor ainda ei de suportar?!

Não tenho estas respostas. Porém, a mais sábia, creio que seja a resposta que recebemos do nosso irmão. “Deus não nos dá nenhum fardo maior daquele que não possamos suportar”.

Enquanto, ainda, acharmos que nossa cruz está pesada, simplesmente, suplicamos ao Pai para nos amparar....assim, parece que o coração vai calando aos poucos e só aí notamos que nosso tempo chegou.

O momento da transição, ou como uma pessoa querida me escreveu “é o momento da travessia”. Concordo. Mas nem sempre a travessia é fácil. Talvez por medo de fazê-la. Medo do novo que é desconhecido, medo do inesperado. Muitas vezes me pergunto por que do medo?!

Porque o medo perturba, enfraquece, nos deixa com falta de ar, sem energia. Com isso, espero que os maus pensamentos se afastem e que vc sabiamente possa encontrar uma forma de respirar o ar que lhe é tão caro. O ar que liberta que nos faz viajar pra longe, pra descobrir novos horizontes. Mundos que ficam guardados naquela mala velha, a qual olhamos por várias vezes e temos um único desejo: ir conquistar um novo mundo. O mundo colorido que em nossas mentes é só em preto e branco. Ir ao infinito, sem rumo, sem pressa, sem ansiedade, sem se preocupar com o tempo. O mundo que nos permite viver como pássaros, voando com o vento fresco e brando e, nos renovando para algo que não devemos nos preocupar agora, o futuro.

Bom, após dividir minhas angustias contigo. Dividir o que senti ao ler seus relatos; quando me propus a viajar no “seu mundo”; esse mágico e incrível mundo da blogosfera. Só posso te deixar um presente. Um texto ao qual me identifico muito; porque nele há tanta verdade em forma de palavras. Palavras que tocam...assim como as suas. Mas, também, são palavras que confortam; que nos fazem refletir sobre nossa existência e o porque decidimos dividir nossas dores com o mundo; o mundo da blogosfera, onde estamos expostos e abertos a tudo, da critica ao elogio...enfim;

Esse texto é de uma querida amiga que conheci na blogosfera. Se puder; passe lá no blog dela. Ela é uma jornalista poeta, que consciente ou inconsciente te conforta com as experiências e poesias dela. Bia Amorim...quase igual ao nosso sobrenome, né?!

Segue endereço e post: http://bibidebicicleta.blogspot.com/

Ah! linkei seu blog ao meu: http://valeriaamoris.wordpress.com/

Enquanto seu tempo não chega, fico aqui esperando que sua dor, assim como de sua família (Kelly e meninos) amenize.

Bjs sinceros de sua Prima que te conhece há pouco; mas te ama muito;
Valéria

Valéria disse...

TEXTO BIA AMORIM:

“Escrever dá coragem, porém torna-nos seres extremante frágeis, porque expomos a alma. Nos tempos atuais há mais pudor em mostrar a alma que o corpo, já tão em evidência. No meu blog mostro mais que minha alma, exponho cicatrizes. Não tenho medo delas. Elas contam uma história: a minha. Procuro-me no outro, encontro-me apenas em mim mesma.

Sou uma pessoa em análise. Busco o conhecimento tanto para dentro, quanto para fora de mim com a mesma fome e avidez. E temos sempre tanto a aprender!

Tanta gente conhece muito do mundo externo (sua grandeza e sua beleza; suas curiosidades, pormenores e história) e não se dá conta de que é preciso também saber-se por dentro, conhecer aquilo que rege o mundo das emoções… Por isso, tem tanta gente triste, frustrada, vivendo infernos existenciais sem se dar conta de que o primeiro passo é o de fora para dentro. Eu penso, eu me reconheço. A realidade interior é senhora do destino também.

Tenho muitos defeitos. Não fujo deles (não gosto deles e sofro quando são apontados por mim, pelos outros, pela vida. Fato: é um dado de realidade). Todos nós temos defeitos e virtudes, somos fruto do meio. Recebemos sentimentos em excesso e temos em falta tantos outros necessários.
Por isso o ser humano é complexo.

Eu não me furto a tentar descobrir e entender os percalços da minha existência e assim trabalhar o que há de mais importante em mim: meu ser. Ao fazer isso eu trabalho o amor em mim, por mim e pelos que me cercam. Não tenho o altruísmo de querer construir um mundo inteirinho melhor, porque o mundo é muito grande para ser abraçado pelos meus curtos bracinhos. E as minhas tarefas, quando maximizadas, me assustam. O desafio é o de se impor metas saudáveis e não cobranças enlouquecidas. Eu vivo o hoje e sonho o amanhã. O agora é o que tenho em mãos para trabalhar. Amanhã? Talvez…

Não posso fazer do mundo todo um lugar melhor, posso fazer de mim mesma uma experiência válida, um ser produtivo e encorajador, posso aprender com meus erros e consertar os meus excessos. Só posso começar em mim.

Desenvolvo a filosofa de uma vida que faz sentido a mim e que visa a minha evolução e a felicidade daqueles que me rodeiam. Mas nunca me esqueço que sou responsável COM aqueles que cativo e não POR eles.
Cada um deve dar conta de si e eu devo dar conta dos sentimentos que dou e doou a quem comigo comunga dias, horas, instantes. Instantes, inclusive, podem ser eternos, inequívocos e inesquecíveis.

Não sou feita de instantes, no entanto. Sou feita de histórias. E construo a minha com o cuidado de uma engenheira capaz de transmitir idéias e emoções.

Sou fiel ao que sinto, mas nem sempre o que sinto é fiel a mim.

Ninguém nunca vai poder corresponder aos nossos anseios. Nem nós mesmos. Não podemos projetar expectativas no outro, mas é o que a lógica do pensamento abstrato nos incita a fazer.

Porque as coisas precisam de uma espécie de lógica para existir. Só que o amor não obedece à lógica das relações. Ele se transforma e engrandece; ele cresce nos espaços emocionais que permitimos que sejam abertos. E enobrece. A lógica vem restringir aquilo que não tem limite, porque ao delimitar criamos fronteiras e colocamos barreiras visíveis ao que não é compreendido plenamente quando é ilimitado e intangível.

O amor é insensível à palma da mão, mas completamente tangível ao coração. Só requer ousadia, coragem e uma dose de risco”.

Bia Amorim
http://bibidebicicleta.blogspot.com/